quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nasceu! Em 2012 continua...

Três contos que me tocam profundamente e falam de coisas parecidas de formas tão diversas, e com finais surpreendentes. Nasceu "Contos sem fadas", com a presença preciosa de grandes amigos, parceiros da arte, companheiros das histórias e dos palcos. Em 2012, os contos de Drummond e Marina continuam se esparramando pela saia/livro. Aguardem!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Chegou a 10a. edição do Simpósio!!!


Esse ano é dedicado à nossa língua portuguesa, que une países de todo o mundo. Encontros, contos, cantos e trocas com convidados de Portugal, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Timor Leste, Angola, além de vários contadores brasileiros!
No sábado12, às 18h, começa a MARATONA DE HISTÓRIAS, com 24 horas de duração, até o domingo 18h. É só chegar quando quiser... e também pode sair quando quiser. Todas as atividades são gratuitas, lá no Espaço Sesc em Copacabana (Domingos Ferreira, 160).
Eu estarei lá no sábado às 22h com a Dona Zaninha, contando uns causos lá de Minas, falando um português bem minerim mes.
Delícia de programação para o fim de semana, pra toda a família... ou não (entre 22h e 8h só maiores de 18 anos. Opa!)
Vem que tem muita coisa!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

na ocupação JUNTO no Teatro Glauce Rocha!


Ocupação artística do Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro.
Setembro a Dezembro de 2011.
JUNTO é a aproximação entre coletivos, artistas e comunidade. Até dezembro de 2011 eles interagirão ocupando um teatro no centro do Rio com peças de teatro, dança, performances, realizarão ações nas ruas que cercam o espaço, abrirão ao público uma base coletiva de trabalho e debaterão fomentos para a cultura. E eles sabem: só podem fazer isso JUNTOs ;)

Para ver imagens e detalhes da programação, clique aquihttp://www.facebook.com/projetojunto?sk=photos


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Toríbio: um conto para os pequetitos

Essa é a história do Toríbio, um gato com patas de trapo e olhos tortos que a mãe do Tomás fez.  É um pequeno conto sobre a amizade de um menino e seu gato de meia.  E hoje ele tem muitas histórias pra contar sobre as vontades que esse gato esquisito tinha de pegar tudo o que passava no céu.
Me inspirei nas ilustrações do livro pra construir esse tapete que vai aparecendo à medida que a história segue.
De Gerardo Méndez, com ilustrações de Ana Paula Rosales e tradução de Ana Maria Machado.
Editora Gaudí.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Óprocevê que bonita a entrevista para o Aletria


Dona Zaninha, uma mineira no Rio: uma entrevista com Suzana Nascimento


Dona Zaninha sobe no palco. E conta causos. A platéia que ouve e bate papo, porém, é carioca. Lá não tem “uai”, mas o mineiro encontra uma casa onde quer que esteja. Isso não é falta de saudade de montanhas, é que Minas é um estado feito em conserva. Você leva onde quer que vá, não azeda, todo mundo prova, todo mundo gosta. 
Suzana Nascimento tem levado um pouco de doce-de-minas com as histórias pelo Rio de Janeiro. Mas não é o único doce que serve. Mas para saber mais, você vai ter de provar um pouco da entrevista que fizemos com ela:





















Aletria
é  um Instituto Cultural fundado em junho de 2005, em Belo Horizonte,  com a proposta de preservar e propagar as histórias, lendas, “causos”, usos e costumes por meio da palavra encantada dos narradores o que fundamenta e fortalece a identidade cultural mais profunda de um povo. Para alcançar tal objetivo, o Instituto promove cursos, seminários, eventos culturais e literários, espetáculos musicais e de contação de histórias, edição de livros e pesquisas na área da tradição, atuando, portanto, sob três pilares: Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Contadores de Histórias, Produtora Cultural e Editora.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

UZASAN nas terras de Além Mar

Este texto foi um presente do André Correia, aluno da oficina que ministrei no Sesc São Gonçalo em 2009. Uma homenagem para o meu trabalho e a missão de todos nós, contadores de histórias. Uma visão lúdica dos nossos encontros tão afetuosos. Obrigada, André, pessoa que tem um coração onde cabe toda uma cidade!
Hó...heeeei.....e diga ao povo lá de sua terra, que carregou um largo sorriso no rosto, viu? Daqueles sem explicação nenhuma....vá ..vá ...vá com Deus....” Isso era uma velhinha lá perto de casa que adorava contar histórias. Ela tinha centenas e milhares de histórias. As minhas favoritas eram as que falavam sobre magia e castelos encantados. Ela me disse que uma vez, em uma terra não tão distante daqui e não tão distante dali existia uma região onde os rios corriam para o mar, e as árvores forneciam oxigênio, como em qualquer outro lugar do mundo. Nessa terra, havia um castelo... Mas não era um castelo simples. Era daqueles, tipo Harry Potter, sabe? E lá vivia um ser mágico, que só havia saído de trás de suas muralhas por duas vezes.E sabe lá Deus por que motivoespecial.

Pois bem... foi lá pras bandas do século XXI. Pra ser mais exato, no ano de 2009. Pra ser mais exato ainda, no inverno de 2009. Eeeeee pra ser mais exato ainda, no mês de agosto do inverno do ano de 2009. Eeeeeeeeeeeeee pra ser mais exato ainda, no dia 11 de agosto do inverno do ano de 2009. Ufa! Essa seria sua 3º saída, e ele resolveu visitar “As Terras de Além Mar”. Essas terras pertenciam ao colonizador Gonçalo Gonçalvez. Lá, vivia um povo que era conhecido como PONTO. Eram de fato cidadãos PONTONENSES. E para esse povo chamado ponto, o “ser” mágico cismou em contar alguns contos. E para cada conto, um encontro, que gerava um novo conto. E para cada conto, aumentava-se, um novo ponto. Eeeee... Ponto final. Ponto final? Ponto final é uma vírgula! Exclamou o contador: a história está só começando...

Acontece que para convidar os pontonenses, o misterioso “ser” resolveu criar publicidade para o acontecimento, e colocou vários cartazes espalhados nas terras de Gonçalo Gonçalvez.  A região de Zé Garoto foi mesmo muito privilegiada. O mestre não poupou esforços na publicidade: ao lado do pé de alegria, acima da marquise da dona paciência, no quadro de cortiça do posto da felicidade e por aí foi, em todos os lugares que julgava serem interessantes. E assim foi feito. Deu certo!

Os cidadãos pontonenses passavam e liam as mensagens: COMO O TEMPO PASSA QUANDO A GENTE CONTA HISTÓRIA. Esse foi o título que escolheram! Outro cidadão passava e lia em outro ritmo: Como o tempo passa, quando a gente conta históriaaaaaa. E outro cidadão passava e lia em um ritmo mais diferente ainda: COMO o tempo, PASSA, QUANDO A GENTE, CONTA HISTÓRIA. E outro passava... e outro , e outro, e outro, e outro, e outro. Todos repetiam juntos, hipnotizados, a mesma frase: COMO O TEMPO PASSA, QUANDO A GENTE CONTA HISTÓRIA. E isso era só o título...
As informações seguiam em letras garrafais:
DE 11 a 21 DE AGOSTO
DE TERÇA A SEXTA-FEIRA, DE 14 ÀS 17H.
EMBAIXO DO PÉ DE JEKITIBA REI, AO LADO DO CONDADO DE JEKITY.
LEVE CORAGEM, COMPETÊNCIA E DETERMINAÇÃO.
NÃO POSSUÍMOS TELEFONE, SENDO ASSIM, TERÁ
QUE COMPARECER, CASO QUEIRA PARTICIPAR.
LEVE O CORPO, E NÃO SE ESQUEÇA DA ALMA.
ATENCIOSAMENTE – Usazan

Nome poderoso heim? Foi como um imã. Os escolhidos pela magia das palavras viram os cartazes nos mais variados lugares possíveis. E no dia combinado lá estavam os pontos abençoados, embaixo do Pé de Jekitiba Rei, postos sobre um gramado intensamente verde em uma tarde ensolarada do inverno de 2009.

Usazan, coberto pelo seu manto sagrado, nos mirava da fresta de seu capuz . Ao tirá-lo, suspense! Veio a surpresa. Os pontos olhavam admirados. Usazan era uma menina. Uma menina? Uma menina não. Era uma moça. Uma moça? Uma moça não. Era uma mulher. Uma mulher? Uma mulher não. Gente, não dava pra explicar sabe? Era uma mistura mágica de menina, moça e mulher. Pelas bandas das Terras de Além Mar ainda não havia passado nada igual. De feições afinadas, cabelos pretos, de semblante alvo, de corpo esguio, de mãos delicadas.....suspiros, os pontonenses suspiravam.

Usazan abriu os braços sem dar chance a comentários. Do lado esquerdo de seu peito fez-se um círculo de luz e fogo. Os pontonenses olhavam cegamente estatalados... tremiam como varas verdes. E, num instante, começaram a sair raios luminosos de dentro do círculo. Eram muitos, um de cada vez. Tiussss. Tiusssss, Tiussss, os raios explodiam para o ar. Em um passe de mágica, Usazan e os pontonenses levitaram ao som dos cantos mágicos e de danças Incas. E os pontonenses? Esses também jorravam raios luminosos, mas só que desgovernados. E os danados suavam, suavam e suavam.

Os raios de Usazan cruzavam com os raios pontonenses. E a cada toque um alimento. Os escolhidos estavam sendo alimentados pela sabedoria que Usazan gozava. E Usazan também sentia. Usazan também gozava!
E a magia continuava. A essa altura? Bom... Havia pontonenses que tinham desalinhados os cabelos, balançado seus corpos em simulações sexuais, feito xixi na calça e outros bichos mais... Mas, a magia naum tava nem aí pra isso e continuava. E tudo isso a não sei quantos pés de alturas.

E eles foram girando no ar em forma de espiral: vup... vup....de forma lenta e aumentavam gradativamente. Vup, vup, vup, vup, vup, A magia explodia, e como já era combinado, os pontonenses cresciam. Vup........... vup.............. vup...................vup....e eles voltaram a girar lentamente. E foram baixando, e baixando, e baixando e baixando e pisaram em solo firme. Os pontonenses descompostos começavam a se ajeitar. Aquilo era só o começo. E pouco a pouco os pontonenses começaram a abrir os seus olhos em direção aos outros. E começaram a perceber que havia uma palavra gravada no peito de cada colega.
Vida, aprendizado, dedicação, descoberta,
aperfeiçoamento, memorização, sonho,
autoconhecimento, prazer, segurança, satisfação,
combinação, novidade, uma troca inefável, FE LI CI DA DE!
Entre os corações que batiam acelerados, havia pontonenses determinados, pedadogos, historiadores e pontonenses geógrafos. E como terminou essa história? Os encontros se repetiram nos dias combinados. As magias e as histórias contadas foram cada vez mais longe em seus absurdos e fantasias improvisadas. E como tudo na vida tem um fim para que sejam possíveis novos começos.....suspira-se..... Os encontros terminaram!
O Jekitiba Rei continuou a ser palco de centenas e milhares de outros encontros não revelados nessa história. O Condado de Jekiti? Esse foi apenas um ponto de referência, e não cabe maiores explicações sobre isso.

Quanto aos pontonenses? Esses nunca mais foram os mesmos. Definitivamente cresceram. Dizem que tiveram filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Dizem também que antes de escreverem os versos de suas lápides, os pontonenses contaram histórias e fizeram mil e uma magias.

E dizem até que tiveram pontonenses que repetiram os feitos de Usazan.
Usazan? Ela voltou para seu castelo mágico nas terras de Laranjeiras. Dizem as boas línguas que carregou um largo sorriso no rosto, daqueles sem explicação, e isso,
até os últimos dias de sua vida!

E eu? Eu voltei para ouvir as histórias, as outras tantas histórias da velhinha. A história da menina que havia trocado de coração, do menino que foi expulso da escola sem qualquer explicação, da menina travessa que jogava futebol e até de uma magrelinha, tímida e doidinha, que havia ganhado um concurso de dublagem de Michael Jackson. Hã...e tinha também a moça que brincava de fazer marionete...tinha a moça enfermeira, tinha a do ceguinho pentelho e cheio de determinação na vida...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

histórias sobre desejos e sabedorias

"O alvo", de Ilan Brenman. Toda a história ia aparecendo na superfície escura pelo giz. Platéia foi modelo para desenhos dos personagens e crianças ambientaram com seus  desenhos. Um conto que é uma grande homenagem aos contadores de histórias. E com um final surpreendente!



História "A lua dentro do côco", sobre um macaquinho que queria pegar a lua e fez de tudo para isso. Aqui os instrumentos eram os personagens e as crianças faziam a percussão durante as músicas. Momento delicado e gostoso. Teve até mãe chorando emocionada.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

estréia PEÇAS DE ENCAIXAR

Um projeto da Cia. dos Atores
um grande orgulho e prazer por fazer parte
muito afeto, muito amor e muita vontade de  brincar na arena do Sesc.
11 a 29 de maio

sexta-feira, 11 de março de 2011

Projeto Flashmobing - Mob 02 - VENDO




O 2º mob do Projeto Flashmobing Interferências Urbanas - "Vendo" - aconteceu em maio de 2010 num shopping da zona sul do Rio de Janeiro, um dos tótens comerciais da cidade, e envolveu cerca de 100 pessoas. Realização: Brecha Coletivo.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cena para um figurino em Praga!

idealização, figurino e fotos: Desirée Bastos
roteiro e performance: Suzana Nascimento
Este trabalho será apresentado na Quadrienal de Praga 2011.
É a semente do projeto que surgiu do encontro entre uma cenógrafa/figurinista e uma atriz/contadora de histórias.
Estaremos também no Festival de Curitiba nos dias 8, 9 e 10 de abril.
PequenaGrandeCia.
O que fazer?
Essa foi minha questão ao ver o figurino pela primeira vez. Quando levei-o pronto para casa, decidi não fazer nada, pelo menos por enquanto.

Lembro-me do momento em que me sentei em frente a ele em minha sala para um encontro mais concentrado, após a euforia do contato inicial, quando experimentei a roupa pela primeira vez. Ficamos ali, parados, um em frente ao outro, silenciosamente. Observei-o sem pretensões de criar qualquer coisa que lembrasse uma cena. Apenas deixei que sua presença me afetasse, me remetesse naturalmente a lugares que poderiam sugerir pistas para o início do trabalho. Muitas ramificações surgiram desse momento, uma diversidade de caminhos foram apontados apenas por essa troca silenciosa. Dúvida. Por onde seguir? Permiti a mim mesma continuar a experiência sem ter que tomar decisões racionais imediatas.

Após esse momento, decidi estreitar o contato. Comecei a manipular os elementos do figurino, experimentar diversas formas de evolução de cada pequeno objeto, admitir o estranhamento causado pela dureza da cápsula/tronco que limitava meus movimentos. Assumi que o simples deslocamento daqueles objetos de suas funções originais já criavam uma outra camada de apreensão de significados.

Encontrei ainda outros planos quando comecei a brincar de usar os objetos de novas maneiras, como quando tomei o disparador da máquina fotográfica e comecei a “fumá-lo” como se fosse o bico de um narguile - pela simples associação formal.  Decidi adotar esses dois caminhos concomitantemente: aquele da interpretação do objeto com seu significado original - apenas deslocado para uma outra trama de sentidos - e este, em que a pura forma do objeto remete a outros, gerando novos significados. A partir daí, as possibilidades se multiplicaram vertiginosamente. Abismo. Aquela pergunta “por onde seguir?” foi elevada a uma altíssima potência. Anotei todas as imagens e os jogos que surgiam de minhas experimentações e fui arquivando-os, dia após dia, acumulando memórias do processo.

Memória. Essa tornou-se a palavra-chave que norteou a criação ou, para além disso, tornou-se o seu tema. Todas as imagens que surgiam, pela simples observação do figurino ou pelas relações criadas com ele a partir da ação, de uma forma ou outra, atrelavam-se a algum pedaço de memória. Isso porque o figurino em si, em minha acepção uma espécie de assemblage memorial, oferecia a mim uma série de mecanismos disparadores de lembranças, como cordas de caixas de música brotando dos seios, máquina fotográfica situada no lugar do coração, abajur/arquivo de fotos giratório, luz que clareia ou apaga imagens do passado, se não me falha a memória...

Esse procedimento escolhido, do registro escrito, levou-me naturalmente a engendrar um roteiro, não linear, não ocupado em contar uma única história. Meu intento era criar um norte para a sequência de ações, mas que contivesse espaço para o acaso. Um exemplo disso seria a leitura de fotos/cartas de tarô: trabalhei com as fotos voltadas para o chão, colocadas ali aleatoriamente, e escolhidas ao acaso pelas mãos de manequins. Minha “leitura” estava condicionada a este trajeto desconhecido, revelado no momento em que eu desvirava as fotos.

A convivência com a roupa durante dias gerou uma intimidade que já ultrapassara o momento do encontro estético, uma espécie de aprofundamento da relação que acendeu muitas lembranças, muitas histórias, como se cada item do roteiro abrisse uma porta para infinitas narrativas que talvez tenham afastado o resultado – se é que era esperado um resultado - da sua intenção primeira: a potência do objeto presente.

Muitas reflexões relevantes, no entanto, surgiram desse procedimento escolhido, como: é possível inventar memórias? É possível editá-las, como fazemos com as máquinas, quando deletamos o que não serve? O que não serve? Até que ponto podemos contar a história de uma pessoa a partir de seus objetos?

Mesclei memórias bem recentes e dolorosas à ficção construída no processo, num fluxo de penetrações mútuas que geravam um terceiro elemento, já sem limites aparentes entre invenção e ocorrência; um misto de significantes e significados, submetidos à luz oscilante de um velho abajur amassado.

S.N.

Performance Cena para um figurino 2

idealização e "figurino": Desirée Bastos  |  performance: Suzana Nascimento
fotos: Eloy Machado
Esta performance foi selecionada pelo Juri Oficial da Quadrienal de Praga 2011. 
Abaixo segue um texto de minhas impressões sobre o encontro com este trabalho.
A cena, o drama, que nasce do figurino, da relação com a roupa e com o espaço.

Como fazer?
Essa experiência, ao contrário da primeira, não me permitiu muitas divagações ou construções prévias. Abismo. Mas, um outro tipo de abismo, aquele em que temos que nos jogar para só depois decidir muito rapidamente como iremos cair, chegar ao chão. E foi este o único conceito que norteou a experiência: jogar-se.

Meu primeiro encontro com o figurino aconteceu uma hora antes de os espectadores chegarem. Deixei qualquer conhecimento teatral do lado de fora da cloaca daquele “bicho” pendurado no meio da sala. Apenas invadi aquela estranha intimidade para explorar suas passagens, seus buracos, sua malemolência, suas permissões. Meu intento era somente aquele de brincar com os túneis e limites que a roupa - roupa? - me oferecia. O que seria aquilo? Também não me ocupei em responder a essa pergunta. Sem questões, apenas ações.

O corpo físico – meu, daquele ser e um terceiro, decorrente da junção entre nós dois – conduziu o experimento. Algo de muito intuitivo, instintivo, dominou o acontecimento, chegando a instantes de aproximações claras com o animalesco, talvez também supressão da fala.

Cansaço; calor; suor; decisões físicas; exaustão – uma série de imagens, sons, associações, tensões e tentativas perpassaram o lugar do estranho, do objeto não identificado, mas gerador de expressões pujantes, presentes; sem questões para o momento.

S.N.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O homem que se comportava mal


Contei essa história do indiano Idries Shah, editado pela Roça Nova.
Um conto sutil de ensinamentos milenares para os pequetitos.
"Como a polpa deliciosa de um pêssego, as histórias permitem que o objeto de real valor, a semente, seja passado adiante".

Coraline está de volta!


A história de Coraline Jones, a menina que descobre um mundo secreto e muito bizarro atrás da porta da sala de visitas, fez sucesso na Livraria da Travessa, no Leblon. Essa história me foi oferecida por ocasião do lançamento da versão em quadrinhos dessa criação de Neil Gaiman. Aceitei o desafio! Um livro de 185 páginas, recheado de mistérios, aventuras, medos, coragens, ousadias e pistas perigosas, para Coraline e para mim. Pois bem, acreditei nas pistas e fui descobrindo a história junto ao público, por meio do mundo de miniaturas que preenchiam a planta baixa da casa de Coraline. Crianças com olhos arregalados, frisson a cada descoberta e silêncios inesperados.
Qual o tamanho de uma alma? Onde estão meus pais? Eu não sou daqui! Meus olhos não são botões! Não chegue perto do poço! Não passe pela porta!
Coraline obedeceu? Não! Nem eu.

No próximo fim de semana tem mais Coraline, devido ao sucesso, para comemorar o dia mundial dos quadrinhos: 30 de janeiro.

dia 29 - Travessa Barra
dia 30 - Travessa Leblon

veja a agenda!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Coraline, neste sábado


Um grande desafio! Uma história cheia de mistérios e peripécias!
Preparei uma apresentação muito especial para este sábado.